A
arte de trabalhar em escamas de peixe tem sua origem nos Açores – Portugal Insular, que no século
XVIII, iniciaram o povoamento das Ilhas do Delta do Jacuí. Trata-se de uma
antiga tradição encontrada nas Ilhas dos Açores desde o século XVII, quando as
freiras, exímias artesãs, nos conventos, adornavam os paramentos religiosos com
delicadas flores feitas com escamas, se popularizou em seguida transformando
numa habilidade em montar arranjos que ornamentavam as casas portuguesas e, a
Ilha da Pintada não é diferente porque, são em sua maioria descendentes de
Açorianos.
Na
Ilha, a prática desse artesanato inicia-se em 2000, pela iniciativa de Maria
Pires e Teresinha Carvalho da Silva, a partir de uma mostra do Instituto Cultural Português, no CTG Madrugada
Campeira, de artesanato feito com flores
de escama feito com canutilhos de prata . começa assim uma produção produção
com base na matriz de eco
desenvolvimento do Bairro Arquipélago Porto Alegre RS, ao serem utilizados como matéria prima as escamas e o couro de peixe, até então jogados fora. Surgem
dessa produção bio joias, bordados, luminárias, porta guardanapos, dentre outros,
que se constituem numa possibilidade estratégica de ampliação das oportunidades
de trabalho e de melhoria de renda dos pescadores, num contexto onde as
oportunidades de emprego e de trabalho para a
maioria das famílias, são cada
vez mais escassas. Desde 2010, trata-se de uma atividade econômica já
consolidada, que gera renda para as mulheres da Ilha, pescadoras ou
descendentes, reunidas na Art’Escama- Associação de Artesãos da Ilha da
Pintada, com 18 sócios contribuintes. A sede localiza-se no CTG Madrugada Campeira, por 10 anoss ( Rua
Salomão Pires Abrahão nº 160), mediante comodato.
Desse modo, foi se constituindo um empreendimento coletivo
e solidário, cujos resultados
incentivaram não apenas a qualificação desse grupo de artesãs , como também o ensino
dessa técnica para um maior número de pessoas que se interessarem pelo ofício,
sejam da própria Ilha, sejam de outros lugares, desde que se integrem à missão
do grupo, que é colaborar para combater a miséria e a fome através de atividades
sustentáveis. Assim pensada, a
Art’Escama se tornou uma matriz de
ecodesenvolvimento e de tecnologia social na área da pesca, e tem se firmado
como uma referência no Rio Grande do Sul e além fronteiras, num processo onde homens
e mulheres unidos se propuseram a aumentar a
renda familiar numa ação conexa à pesca artesanal, que é a
atividade-mater dos ilhéus, descendentes dos casais açorianos que povoaram a
cidade de Porto Alegre.
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